17 maio 2007

Departamento de Ciência da Informação da UFSCar
Disciplina: Conhecimento Científico e Produção Científica
Docente: Profa. Dra. Maria Cristina Piumbato Innocentini Hayashi
Aluna: Larissa Menezes Spanó RA: 247162

Resenha - Textos de Fachin & Hillesheim e Biojone

Nos dois textos são relatados a crise dos periódicos científicos no formato impresso, e identificam os problemas enfrentados atualmente por estes periódicos, um deles é o tempo de espera para que um artigo possa ser publicado, normalmente leva-se um ano, o que faz com que os periódicos percam, de certo modo a função de agilizar o processo de comunicação, pois com a demora da publicação, quando a informação chega ao pesquisador, ele já teve acesso a ela através de outros meios, como as conferências.
Outro problema a ser enfrentado é o alto custo da assinatura do periódico científico, a alternativa foi a criação de consórcios que permite que pesquisadores e acadêmicos possam ter acesso a textos completos de todas as áreas do conhecimento. Um terceiro problema mais citado é a falta de pontualidade da publicação do periódico científico no formato impresso, a demora na publicação de um trabalho dificulta o processo de feedback de um determinado assunto, desfavorecendo o intercâmbio de informações em uma comunidade científica.
As autoras finalizam o capítulo falando das vantagens e desvantagens do periódico científico eletrônico. E as principais características e vantagens são: custo reduzido de distribuição, inclusão maior de arte gráfica, a utilização de hiperlinks que facilitam o acesso a informações correlatas e principalmente a possibilidade de disponibilizar a informação de maneira muito mais rápida.
Algumas das desvantagens seriam o fato de se utilizar a assinatura do título como fonte de recursos, o que aumentaria o custo para as bibliotecas e os centros de documentação, e uma das autoras, Biojone ainda cita o problema de falta de costume dos pesquisadores em utilizar os computadores e a Internet, as interfaces não amigáveis para a disponibilização dos documentos e, ainda, a dificuldade real de realizar leituras no meio eletrônico.
Pode- se concluir que , dentre os diversos canais de comunicação científica, há que se dar destaque ao periódico científico porque além de sua função principal de comunicação científica, na busca de informações e de seu reconhecimento e prestígio atua como registro público da informação, relacionado à prioridade e a propriedade das descobertas científicas.

16 maio 2007

Resenha acerca do Cap. 1 “Mudança e crescimento” (MEADOWS, A. J. A comunicação científica. Brasília, DF: Briquet de Lemos Livros, 1999.)

Gilson Araújo

Dinamismo. Meios informacionais e Tecnologias da Informação. Adventos que, certamente, marcaram toda esta trajetória da comunicação entre artigos científicos em periódicos científicos no seio da Comunidade Científica. Talvez estas afirmações nos remetam ao início do capítulo que diz “ A maneira como o cientista transmite informações depende do ve´culo empregado, da natureza das informações e do público alvo...”. A maneira muito mais eficiente em apresentar e expor idéias, experimentos e teorias desencadearam uma série de fatores para o progresso e aumento da comunicação, como por exemplo, melhor entendimento, aceitabilidade e avaliação positiva por parte dos membros da Comunidade Científica referentes aos itens anteriormente citados.
A especialização em pesquisas também aumentou com o desenvolvimento da comunicação. Daí, então, podemos afirmar que, Políticas Científicas surgem como metas advindas dessa “Mudança e Crescimento” da Comunicação Científica.
Produção e divulgação de uma informação científica realizada pela sociedade e comunidade científica, de maneira geral, atravessou algumas gerações, apresentando em cada uma delas, meios apropriados e diretamente proporcionais ao contexto histórico em que o cientista se encontrava; partindo desta lógica, os meios disponíveis para essa comunicação existir, também atravessaram e passaram por várias mudanças e aperfeiçoamentos até chegar aos dias atuais com o advento das Tecnologias da Informação(TI).
Como conseqüência disso, as especialidades dentro das diversas áreas do conhecimento também aumentaram significativamente juntamente com uma gama enorme de capacitação profissional e científica por parte dos cientistas.
Meadows, de forma magistral, diferencia a produção científica de profissionais especialistas nas diversas áreas do conhecimento dos amadores, assim como, o público alvo ao qual suas teses se direcionam, causando com isso, uma certa “confusão informacional” e acúmulo excessivo de informações a serem avaliadas pela Comunidade Científica.
A respeito do papel das sociedades, citado no capítulo, podemos também associar, à seguinte expressão ”Uma teoria substitui uma outra teoria”, portanto, não existe verdade inabalável e insubstituível. “...ser acrescentadas novas observações e idéias ao que já se conhecia...”, um remoto atrelamento ao que podemos chamar de “desenvolvimento das divisões entre as disciplinas”.
As diversas áreas do conhecimento apresentam interesses e focos distintos para atuação e desenvolvimento de pesquisas, causando com isso, “disparidades “ na comunicação no meio científico. Para Meadows, parece ser nítida a tranformação pela qual os resumos e listas de referências passaram, causando com isso, uma benfeitoria para a comunidade científica.
A comunicação apresenta alguns pormenores que fazem a diferença, a exemplo da seguinte citação “ A comunidade científica trabalha com o intuito de validar pesquisas de qualidade”.
Provavelmente com o acréscimo e “injeção” significativa de membros novos na comunidade científica, forçou-se o surgimento de regras formais para o gerenciamento de avaliações de artigos em periódicos científicos. Logo, uma demanda maior no tocante ao tempo necessário para fazer estas avaliações e, inevitavelmente, um acúmulo de informações científicas. Em síntese, Produção Científica significa avanço tecnológico.

Resenha dos textos: Biojone (2003) e Fachin & Hilleshein (2006), por Andreia Beatriz Pereira.

Os textos estudados tem caracteristicas semelhantes no que diz respeito á contextualização histórica, um pretende tratar a história dos periódicos e o outro o seu futuro. Iniciaremos as discussões a este respeito com o texto mais recente, de Fachin & Hilleshein, que abordaram/discutiram o surgimento dos periódicos cientificos no mundo (diga-se França e Inglaterra) e no Brasil. Como veículo de divulgação de informações, os periódicos surgiram com a necessidade que as associações de pesquisadores de manterem seus associados a par dos desenvolvimentos cientificos. Os primeiros periódicos impressos no mundo foram o Journal de Sçavans (em 1665) e o Philosophical Transactions (também no mesmo ano). No Brasil, o surgimento dos mesmos só ocorreu muito tempo após a chegada da Imprensa Régia (1808) e foram desenvolvidos para informar os pesquisadores das areas médicas (Gazeta Médica do Rio de Janeiro de 1862 e a Gazeta Médica da Bahia de 1866). Segundo as autoras, é importante atentar para o fato de que o crescimento da produção de periódicos é o melhor indicio de sua grande utilidade, conclusão que parece um pouco tardia, visto que muitos outros autores, como Meadows (1998) já haviam chegado a mesma conclusão...
Porém este aspecto só é abordado pelas autoras para que elas possam chegar ao proximo topico, citando que os periódicos são de dificil produção, pois requerem recursos humanos e financeiros, além de não contarem com apoio instituicional. Além disso, outro fato destacado como visão negativa sobre os periódicos brasileiros residem no fato de que os periódicos não tem periodicidade (?) e os brasileiros não tem habito de leitura. Neste texto também é mostrada a evolução do periódico cientifico para seus novos suportes, o periodico eletronico e o periodico em rede, cujas principais vantagens são a economia na produção, a velocidade do processo (avaliação e divulgação); e as principais desvantagens são a ausencia de controle sobre os acessos e utilizações das informações.
No texto de Biojone (2003), vemos um outro lado da abordagem sobre o periódico cientifico, esta parte do principio que o periodico eletronico e o periodico em rede são realidades estabelecidas, a autora sugere que eles não eliminaram barreiras como a da exlusão de artigos atraves do processo de avaliação pelos pares, a demora na divulgação dos artigos e o preço das assinaturas. A solução para estes problemas, denominada de “futuro dos periodicos cientificos” é a criação de bases de dados de artigos cientificos, onde o prorio autor indexaria seu artigo e estes ficariam disponiveis de forma gratuita. Duas formas de pensamento se opõe nesta discussão, uma diz que sem a avaliação pelos pares não há como garantir a qualidade das informações, a outra salienta que uma grande quantidade de informação cientifica é perdida no processo de avaliação pelos pares.

Andreia Beatriz Pereira , RA 247243

Referências:

FACHIN, Gleisy Regina Bories; HILLESHEIM, Araci Isaltina de Andrade. Periódico científico: do papel ao on-line. In.: Periódico científico: padronização e organização. Florianópolis: Editora da USFC, 2006.

BIOJONE, Mariana Rocha. Os periódicos científicos na comunicação da ciência. São Paulo: Educ; Fapesp, 2003.

15 maio 2007

Resenha do capítulo 3 do livro de Fachin & Hillesheim: Periódico científico: padronização e organização; e do capítulo 3 do livro: Os periódicos cient

Os periódicos científicos assemelham-se aos demais veículos de comunicação por ter como principal função a disseminação de informações, porém diferem-se de outros suportes em sua missão: servir como instrumento de divulgação e preservação de conhecimentos exclusivamente científicos, o que torna sua função social revestida de maior responsabilidade e credibilidade.
Os dois textos tratam de aspectos funcionais, sociais e tecnológicos dos periódicos científicos. O primeiro pretende principalmente descrever o veículo como o mais confiável e, portanto o mais importante á memória, circulação e aplicação de estudos na comunidade científica, por isso sendo chamado de canal formal de divulgação das ciências.
Os periódicos têm também a função de validar e dar credibilidade às pesquisas das diversas áreas e representa um caminho de mão dupla aos pesquisadores, que informam e são informados sobre as informações mais recentes e relevantes à sua área (tornam-se autores e receptores).
Sobre os principais obstáculos à sua correta utilização e atendimento às propostas de divulgação da ciência, um dos principais problemas observados, além dos altos custos das assinaturas, é a demora na publicação dos artigos, que faz com que os periódicos deixem a desejar em sua função de agilizar a disseminação das informações.
Quanto aos demais problemas atribuídos aos periódicos estão: a identificação de títulos que crescem exponencialmente e tendem a sofrer modificações de acordo com a maior especialização das áreas, exigindo sempre atualizações nos guias de periódicos; a identificação de conteúdos, pelos índices e abstracts que podem não explicitar corretamente os itens principais; e a organização e descrição adequada em catálogos coletivos para agilizar o processo de recuperação da informação desejada.
Os dois capítulos também abordam a responsabilidade dos periódicos em proporcionar maior participação e integração de esforços aos pares, através do intercâmbio de informações relevantes e inéditas (o que também evita a duplicação de esforços), condição fundamental aos avanços científicos em qualquer campo do conhecimento.
Com o surgimento e constante evolução dos periódicos científicos eletrônicos, essa interatividade buscada torna-se mais alcançável, e alguns dos problemas citados podem ser minimizados á medida em que a informação circulando pela rede chega mais rapidamente aos interessados, podendo agilizar os processos de avaliação, editoração, publicação e feedback dos artigos científicos.


Referências:

FACHIN, Gleisy Regina Bories; HILLESHEIM, Araci Isaltina de Andrade. Periódico científico: do papel ao on-line. In.: Periódico científico: padronização e organização. Florianópolis: Editora da USFC, 2006.

BIOJONE, Mariana Rocha. Os periódicos científicos na comunicação da ciência. São Paulo: Educ; Fapesp, 2003.

Comunicação Cientifica

MEADOWS, A. J. A comunicação científica. Brasília, DF: Briquet de Lemos Livros, 1999.

Logo no capitulo um o autor fala sobre o advento da tipografia, e como isso afetou a produção de livros que de livros deu um salto significativo. Segue dizendo sobre o surgimento dos primeiros periódicos científicos que ocorreu a partir de 1665, e sobre como o aumento do numero de autores influi nestas publicações, pois foi necessário restringir a abrangência dos assuntos e houve padronização nos textos, sendo que as referências que antes eram inclusas no meio dos textos foram para o final deles. Também que os pesquisadores têm restringido o tema de suas pesquisas, tornando-se especialistas, com o objetivo de se manterem atualizados com as informações referentes a sua área do conhecimento. Sua pesquisa mostra que na Alemanha surge o conceito de profissionalização da pesquisa, e com isso os alunos de mestrado e doutorado, com o desenvolvimento da industrialização há a necessidade de pesquisadores nestas empresas e isto levou ao aparecimento do mestrado profissionalizante.
Em seguida ele passa a falar sobre tradições em pesquisa, onde ele cita Ranganathan, conhecido pensador na área de biblioteconomia, que classifica o conhecimento como algo gradual e esboçou um esquema baseado numa visão védica tradicional da natureza do conhecimento. Ele fala que o surgimento de especialidades pode ser identificado pelas datas em que as cátedras universitárias foram criadas, pois segundo elas refletem o período em que os assuntos começavam a destacar-se. Ele afirma que nos meios populares de divulgação são divulgados mais os objetos da pesquisa do que a própria pesquisa, porque isso é mais interessante para o público leigo.
No próximo capitulo o autor passa a falar sobre quem publica e com quais resultados, onde afirma que alguém se torna pesquisador devido ao prestigio e a boa remuneração ou um bom emprego, e que o pesquisador deve apresentar contribuições originais e criativas e que para isso precisa de inteligência acima da média. Foi apresentado um estudo recente realizado no Reino Unido que dividiu os alunos entre dois grupos: os convergentes, que seriam os cientistas e os divergentes que seriam os pesquisadores das humanidades, sendo que, segundo este estudo, os melhores cientistas conseguem mesclar as duas características. A produtividade de cada área está relacionada a questões financeiras, e quanto mais recursos certo grupo tem maior será sua produtividade. Ainda segundo ele a idade em que se começa a publicar é aos 20 anos. Neste capitulo ele fala algo que lembra uma passagem do texto de Bordieu, onde os cientistas notáveis atraem mais atenção, e diz que as mulheres produzem menos do que os homens.
A partir daqui Meadows passa a falar sobre a divulgação cientifica e primeiramente sobre os canais de comunicação. Começa por apresentar o telefone como um canal efêmero de comunicação, e nesta linha também entra a comunicação oral muito utilizada no passado e agora também por meio de congressos, conferências e colóquios, pois o ouvinte não absorve muitas informações, e devido a isso a apresentação de trabalhos deve ser mais redundante. Os pôsteres são apresentados como uma boa forma de apresentação de trabalhos, já que possibilita que as pessoas escolham a informação e discutam com o autor sobre ela. As revistas são apresentadas como meio eficiente de apresentação de pesquisas pois possuem um caráter mais duradouro, e que saber como as pessoas lêem é importante na elaboração gráfica de revistas, e segundo ele jargões e frases muito cumpridas dificultam a leitura, mas com a normalização do texto houve uma melhor apresentação do trabalho. As bibliotecas são os principais compradores de informação, e a aquisição e seleção de materiais devem levar em conta as necessidades dos pesquisadores, e como será feita a difusão da informação visando à transferência da mesma.
No último capitulo são tratadas as atividades e problemas que surgem na recuperação da informação. Fala por exemplo das listas alfabéticas, onde estão dispostos os nomes dos autores. Outro tipo de lista é o índice temático que é mais complexo, já que não há requisitos claros do que deve ou não ser incluído e de que forma. Fala também que o uso de palavras-chave num artigo é muito importante, pois pode ajudar a recuperar mais facilmente os textos. Os cientistas precisam de informações pertinentes, exigidas num ponto especifico de uma pesquisa, assim os grupos buscam fontes de informação que acreditam serem úteis. O autor afirma que tais grupos tendem a distinguir entre fontes de informação em função de certos fatores como a qualidade, o nível, os tipos de informação e a língua em que é apresentada. O autor baseado numa pesquisa realizada nos Estados Unidos diz que os cientistas lêem em média pouco mais de uma hora por dia a fim de desenvolver suas pesquisas, mostrando assim que eles se atualizam com as pesquisas realizadas em sua área.
Um dos pontos interessantes apresentados neste capitulo diz que o cientista trabalha com aquilo que conhecem pessoalmente, e que a freqüência com que cada canal de informação é acessado depende tanto de sua utilidade quanto de sua acessibilidade. Por exemplo, certo estudo constatou que os cientistas achavam mais úteis conversas face a face do que e-mails, mas utilizavam mais o último devido a sua facilidade em contatar outros.
Assim a leitura e discussão dessa obra foram bastante úteis, pois apesar do autor apresentar várias informações já conhecidas, ele fez isso com dados estatísticos e exemplos de forma que ficou bem mais fácil entender o assunto e até mesmo de contestar algumas afirmações, visto que já se passaram oito anos desde a publicação da obra e alguns pontos apresentados por ele já foram superados ou modificados.

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