16 setembro 2006

Análise comparativa dos textos de C. P. Snow e Max Weber

Grupo 3:
Paulo Rogério Romagna
Thiago Belão
Carlos Santos
Juliana Lazarin
Luis Gustavo Perusso


Os textos de Weber e Snow possuem vários pontos de convergência, especialmente quando o assunto é educação. Também notamos tal convergência quando Weber compara a ciência com a arte e Snow aborda a distância existente entre cientistas e literatos.
Snow, que admite ser um cientista por formação e um escritor por vocação, discorrre longamente sobre a polarização existente na vida intelectual da sociedade, entre literatos e cientistas. Como conhecedor dos pensamentos e visões dos dois pólos, foi capaz de fazer uma análise equilibrada da questão. O autor defende a idéia de que essa polarização é pura perda para os dois lados e para a sociedade em sentido intelectual, prático e criativo. Comparando a ciência com a literatura, declara que a segunda muda mais devagar do que a primeira, já que não dispõe do mecanismo de correção automática de que a ciência dispõe. Descrevendo a animosidade entre os dois grupos, menciona que os não-cientistas consideram os cientistas impetuosos, orgulhosos e otimistas, mas defende a idéia de que esse otimismo é um chavão, podendo ser melhor definido como um ímpeto em realizar o mais rápido possível o que acreditam que pode ser feito.
O texto de Weber se aproxima do de Snow, quando o autor faz uma comparação entre ciência e arte, dizendo que a ciência está ligada ao curso do progresso da humanidade, ao passo que na arte o progresso não acontece nesse mesmo sentido. E diferente da ciência, onde as realizações ficam antiquadas em 10, 20 ou 50 anos (às vezes em muito menos tempo do que isso), uma obra de arte nunca é superada ou fica antiquada. Weber menciona que aos que se dedicam à ciência é necessário vocação, paixão. Ou seja, a ciência exige dedicação exclusiva por parte do pesquisador. Weber nos faz lembrar a obra “O mundo assombrado pelos demônios”, de Sagan, quando diz que a ciência produziu um gradual “desencantamento” na sociedade. É muito interessante a menção de Tolstói feita pelo autor. Para Tolstói a ciência não tinha sentido, já que não respondia à única pergunta importante para nós, qual seja, “o que devemos fazer e como devemos viver?”.
Relativo ao tema educação, Max Weber descreve o papel do professor e opina sobre seu comportamento diante dos alunos, destacando a necessidade de uma postura neutra, repudiando dessa forma a demagogia. O professor não deve impor opiniões, mas sim servir aos alunos o seu conhecimento. Weber lembra que os professores devem ter ao mesmo tempo qualidades de erudito e de docente, sendo que uma não pressupõe a existência da outra, o que explica porque alguns eruditos de destaque se revelam péssimos mestres. Cita o desafio pedagógico supremo, qual seja, apresentar problemas científicos de modo que uma mente não instruída mas receptiva possa compreender. Seu julgamento parte da realidade educacional alemã, que é comparada principalmente com a americana.
Apesar das discussões realizadas em sala de aula em torno de textos literários com conteúdo científico, Snow nos lembra do grande distanciamento entre literatos e cientistas, mostrando que um grupo desconhece completamente a realidade e/ou importância do outro. Uma pesquisa envolvendo engenheiros, por exemplo, revelou que o grupo não conhecia Dickens ou tinha uma idéia equivocada sobre esse autor. Do lado dos literatos, a ignorância em assuntos científicos era evidenciada por um grupo deles não ter a mínima idéia sobre o enunciado da segunda lei da termodinâmica e não saber o que é uma máquina operatriz. Segundo conclui Snow, no processo de polarização ambos os lados se auto-empobreceram. O autor também nos lembra que essa divisão cultural não é um problema localizado, mas sim, global.
Snow lança parte da culpa por essa divisão nos sistemas educacionais que, ao invés de tentar diminuir o “fosso” entre as duas culturas, acaba por consolidá-lo cada vez mais. O autor parece um tanto pessimista ao afirmar que esse processo talvez tenha ido longe demais, não podendo ser revertido. Talvez essa declaração seja exagerada, pois o mesmo sistema educacional que cristalizou tal situação poderia revertê-la desde que fosse utilizado como ferramenta para se atingir esse propósito.
O próprio Snow cita como exemplo romances soviéticos onde é comum aparecer a figura de engenheiros, o que era indicativo de uma aproximação maior entre literatura e ciência na ex-URSS, fruto, com certeza, de alguma diferença no sistema educacional.

14 setembro 2006

Texto do Weber - questões e relação com o texto de Snow

Andreia B. Pereira RA: 247243
Gilson C. de Araújo RA: 246794
Kátia E. Chemalle RA: 247090
Larissa M. Spano RA: 247162
Maycke Y. de Lima RA: 247065
Renato A. de Campos RA: 247081
Tainã P. de Matos RA: 247057
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Leitura:
Weber, Max. A ciência como vocação. In: GERTH, H. e MILLS, C. W. Max Weber: ensaios de sociologia. 2.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.

Questões sobre o texto de Weber

1. Contextualize o texto com uma pequena biografia de Weber e o contexto de produção e apresentação do texto e a suas repercussões nos âmbitos acadêmico-científico e na sociedade.
RESPOSTA: Não existem dados biográficos suficientes no texto para responder a essa questão.

2. Como ele descreve a situação da ciência na América e na Europa? Quais as diferenças e semelhanças. Como você vê a situação atual da ciência no Brasil?
RESPOSTA: Ele descreve particularmente a situação dos Estados Unidos, na América, e da Alemanha, na Europa, tratando a ciência em termos da dedicação profissional à mesma na vida universitária. Nesses termos, os EUA oferecem uma remuneração modesta ao jovem acadêmico desde o início. A ameaça de ser mandado embora faz com que o jovem professor na América tente atrair um grande número de alunos. Já, na Alemanha, o jovem professor terá que agüentar pelo menos alguns anos até que saiba se vai ter a oportunidade de elevar-se a uma posição que encerre uma remuneração suficiente para sua manutenção. O docente alemão, uma vez contratado, não será mandado embora, fato que não provoca nele a mesma reação do docente americano quanto à busca por número de alunos. Outra diferença é que enquanto na Alemanha o Provatdozent geralmente ministra um menor número de cursos do que deseja, nos EUA, o assistente, durante seus primeiros anos de carreira, se vê sobrecarregado exatamente porque é remunerado. Segundo o texto, as universidades alemãs evoluem rumo ao sistema americano.
No Brasil a situação se aproxima mais do modelo americano descrito mas, ao invés do professor em início de carreira ter o cargo de assistente, este cargo recebe o nome de substituto.

3. Tomando como referência o texto de Platão, citado por Weber (p.166-167), qual a relação que podemos estabelecer a relação entre Ciência e Sociedade?
RESPOSTA: Concluiu-se do fragmento que a ciência deve ser compartilhada com a sociedade, da mesma forma que o “homem liberto dos grilhões” no fragmento tenta levar seu novo conhecimento a seus antigos companheiros.

4. Qual a significação que Weber dá à ciência.
RESPOSTA: Weber diz que a ciência deve ser feita por finalidades práticas/técnicas através da experimentação, para sermos capazes de orientar nossas atividades práticas dentro das expectativas que a experiência científica coloca à nossa disposição. A ciência de “hoje” é distinta da arte, irreligiosa, e leva ao desaparecimento da crença de que existe algo como o significado do universo.

5. No texto, Weber fala de um "conhecimento"ou pensamento que orienta as atitudes do homem comum. E também fala da eficácia deste conhecimento sobre as competências de um cientista. Comente estes dois aspectos tratados por Weber.
RESPOSTA: O simples fato de “contar”, “descrever” o comportamento de algo, por exemplo, um bonde, orienta a conduta do homem comum de acordo com sua expectativa; não é necessário que ele saiba produzir ou movimentar o bonde. Esse homem comum e civilizado aprende a minúscula parte da vida, o que ele aprende é sempre algo provisório e não definitivo. Assim sendo, um cientista nesse contexto teria várias outras fontes de conhecimento que não aquelas ligadas diretamente ao método conhecido por ele, valendo-se, por exemplo, desse senso comum ou experiência de vida para ajudar a guiar seus passos.

6. Qual o significado que Weber atribui à ciência como vocação?
RESPOSTA: Weber diz que a ciência é uma “vocação” organizada em disciplinas especiais a serviço do auto-esclarecimento e conhecimento de fatos inter-relacionados, distanciando-se do dom de videntes e profetas, assim como da contemplação dos sábios e filósofos sobre o significado do universo. (p. 180)

7. Como Weber responde às duas perguntas iniciais do texto:
"Quais as condições da ciência como vocação no sentido material da expressão?"
"Quais as perspectivas para o estudante formado que resolve dedicar-se profissionalmente à ciência na vida universitária"?
RESPOSTA: Weber diz que na prática a primeira questão é respondida pela segunda (p. 154) e, para responder tal questão, ele faz uma comparação das peculiaridades alemãs e americanas (discutidas na questão 2) e sugere que se questione ao estudante formado se ele acredita que pode ver mediocridade atrás de mediocridade, ano após ano, sem amargurar e sem sofrer. Weber diz que a resposta dessa questão é sempre positiva, mas que comprovou durante sua vida que poucos homens podem suportar tal situação sem ressentimento. Ou seja, ele respondeu uma pergunta por meio de outra pergunta.


Weber & Snow: as “duas culturas” para Weber
Weber remete-se a essa questão através da discussão da relação “ciência e arte”. O autor aponta a dedicação exclusiva como precondição aos dois trabalhos, assim como a inspiração. Mas existe algo que distingue profundamente o trabalho científico do trabalho artístico:
“O trabalho científico está mais preso ao curso do progresso, ao passo que no campo da arte não há progresso no mesmo sentido.” (p. 163)
“Uma obra de arte que é uma realização autêntica jamais é superada; jamais será antiquada [...]. Na ciência, sabemos que as nossas realizações se tornarão antiquadas em dez, vinte, cinqüenta anos.” (p. 164)

Respostas do questionário sobre o filme "Erin Brockovich"

Andreia Beatriz Pereira RA: 247243
Gilson C. de Araújo RA: 246794
Kátia E. Chemalle RA: 247090
Maycke Young de Lima RA: 247065
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1. Castells (1999), em “O Poder da Identidade” examina as duas tendências conflitantes que moldam o mundo de hoje: a globalização e a identidade. Ao mesmo tempo em que a globalização e a informacionalização transformaram o mundo e privaram as sociedades de direitos políticos e privilégios, Castells mostra que surgem neste cenário os movimentos sociais de oposição à nova ordem global dos anos 1990. Um exemplo de movimento social que luta para por fim ao patriarcalismo da sociedade é o movimento feminista. Com base nesta visão de Castells, que traços você identifica na personagem Erin com relação às lutas encetadas pelo ecofeminismo (contra o industrialismo, a tecnocracia, o patriarcalismo, o desenvolvimento não-controlado, os agentes poluidores, o desenvolvimento global desenfreado)?
RESPOSTA: Erin apresenta traços relativos a tais lutas na medida em que combate a emissão de agentes poluidores da empresa PG&E por meios legais, reconhecendo o anseio dessa empresa por um desenvolvimento não controlado, desenfreado. Ela demonstra uma preocupação sem comparação entre as demais personagens do filme para com os problemas gerados pelo industrialismo na sociedade. Além disso, as condições sociais a influenciaram de tal forma durante sua vida que ela exala naturalmente o feminismo, a expressão da mulher livre e desprendida dos padrões patriarcalistas.

2. Destaque as diferentes concepções de ciência, compreensões de cidadania e da função da educação científica na formação do cidadão.
RESPOSTA: Diferentes concepções de ciência são mais nitidamente apresentadas na discussão entre Erin e Theresa (a assistente de Kurt, que é o sócio do advogado Masry) e nas cenas que surgem desse conflito; onde Theresa, além de duvidar da capacidade de Erin, critica os métodos dela (fenomenológicos) e tenta uma outra abordagem sem sucesso com a população afetada pela PG&E. Erin espelha a concepeção da ciência desenvolvida por não-cientistas/não-formados e Theresa demonstra em seus atos a concepção da ciência desenvolvida com uma pré-fundamentação teórica, extremamente ligada ao método e desenvolvida por indivíduos formados.
A cidadania mostra duas de suas “faces de interpretação” na relação entre Erin e seu filho mais velho, Matthew. Erin demonstra desde o começo seu empenho e vontade de ajudar a população afetada pela PG&E, de lutar para criar seus filhos; enquanto Matthew não entende no início a razão pela qual sua mãe passa tanto tempo fora de casa dando atenção para os outros ao invés de para ele. Ao final do filme Matthew muda de opinião, apresentado um novo conceito de cidadania, no mínimo mais próximo daquele de sua mãe.
O otimismo e a ação advindos da educação científica, segundo Snow, potencializam ação diante de problemas apresentados e, no filme, possibilitam o comportamento de Erin (que pode ser dita como “provida de uma educação científica mínima”) para com o caso da PG&E. Ela não desiste, é sempre otimista e trabalha duro para que tudo seja resolvido.
Outro caso no filme onde aparecem diferentes concepções de ciência, cidadania e função da educação científica foi o trecho mencionado em sala, no qual as vítimas da PG&E mostram-se crentes em relação ao laudo de um “cientista”, o “médico” contratado pela própria empresa para dizer aos doentes que estavam saudáveis.

3. Você acha que Erin agiu com método científico?
RESPOSTA: Sim. Erin agiu com método científico na medida em que realizou suas pesquisas com rigor metodológico, buscando, quando necessário, a ajuda de especialistas, além de sempre procurar documentos que dessem suporte às suas palavras.

4. Nas buscas e levantamentos realizados por Erin como você percebe a diferença entre as atitudes de um cientista e as de um cidadão. Procure estabelecer a relação entre ciência e senso comum.
RESPOSTA: Ciência e Senso Comum se diferenciam de várias formas. A ciência presume que haja um método para que sejam realizadas as investigações, também é necessário que existam parâmetros com os quais os resultados possam ser comparados. No caso do Senso Comum é necessário somente que existam evidências de relações entre dois fenômenos para que seja estabelecida uma relação entre eles. Suas relações podem ser percebidas quando percebemos que ambos são fruto de uma busca do homem por mais conhecimento para entender o mundo. Enquanto o cientista busca entender “os processos” do mundo para melhor domina-lo, o homem comum busca respostas para suas duvidas de agora, para os seus problemas práticos.
Impulsionado pelas necessidades, o homem comum age sem formulações metódicas e teóricas. Por ser sensível e por ser dotado da capacidade de reagir, desenvolve interpretações e cria soluções. No lugar dos instrumentos científicos - que lhe são inacessíveis - o homem comum procura contar com seu “bom senso”. O homem comum, e não apenas a ciência, também acerta. (TRINDADE, 2001, p. internet)
Um dos fatos que mais os distancia, e que é responsável pelo fato de que cada vez mais o homem comum tende a ignorar o conhecimento cientifico é, segundo Trindade (Ibid.), a especialização:
A ciência desenvolveu - em todas as áreas - uma linguagem própria cuja compreensão passou a exigir níveis de formação escolar cada vez mais elevados. Como os sistemas escolares não garantiram o acesso ao conhecimento para toda a sociedade, grande parte dos indivíduos foram pouco a pouco marginalizados do saber científico que, por fim, passou a ser propriedade de alguns poucos grupos sociais, notadamente daqueles que dispõem de condições econômicas para adquiri-lo. (Ibid.)
Então, estes sujeitos que não tem meios de adquirir conhecimento cientifico,
Aos que não detêm o conhecimento científico, resta buscar resolver seus problemas cotidianos sem a ajuda das construções racionais e metódicas da ciência, sem os instrumentos que a ciência desenvolveu para que se atinja uma melhor compreensão do mundo. Dotados de informações e interpretações que adquirem com a experiência de vida, os “homens comuns” procuram dar respostas às questões e necessidades de seu mundo baseados num “conhecimento” cujo conjunto de formulações a ciência denomina “senso comum”. (Ibid.)
Fonte: TRINDADE, Antonio Alberto. Ciência e Senso Comum: uma reflexão ilustrada por comentários sobre o filme “O Carteiro e o Poeta”. Pró Ciência. São Paulo, 29 de julho de 2001. Disponível em: . Acesso em: 12 set. 2006.

5. Aponte situações em que os resultados obtidos por Erin foram tratados: a) como eles são e com sentimentos, julgamentos. Procure estabelecer a relação entre objetividade e subjetividade científica.
RESPOSTA: Erin se engajou muito para investigar o caso Hinkley, indo a fundo na história: visitas aos cidadãos, busca pelos documentos que comprovassem a contaminação na água pelo cromo hexavalente e consultas a especialistas. A obtenção de resultados sobre o caso envolvia além da sua vida profissional, a vida pessoal que incluía seus filhos, os quais mereciam mais sua dedicação e esforço para seus próprios sustentos. E isso esteve presente em todos os momentos do seu trabalho junto a advogados, cientistas e integrantes da empresa PG&E, que indicam que Erin teve subjetividade científica ao analisar e tentar solucionar o caso e também ao investigá-lo, ficando claro que a objetividade científica foi alcançada perante a justiça ao final da causa.
Um exemplo de seu envolvimento pessoal com o caso está nitidamente presente na fala:
“Não é pessoal?
É o meu trabalho! Meu suor!
Meu tempo longe dos meus filhos.
Se isso não é pessoal, o que é?”
Considerando todos os aspectos apresentados fica claro que a objetividade e a subjetividade científica caminham lado a lado, pois a subjetividade com que Erin recebe alguns resultados é o que a motiva e provoca ações com finalidades objetivas.

6. Você identificou algum personagem que pudesse representar o conceito de neutralidade do cientista, no sentido que Weber descreve no texto “A ciência como vocação”? Qual era este personagem e porquê você acha que ele representa este tipo de cientista?
RESPOSTA: Sim, a advogada Theresa. Ela representa este tipo de cientista ao solicitar uma neutralidade, de certa forma, extremista por parte da população afetada pela PG&E na descrição dos fatos sobre os prejuízos originários do contato com o Cromo-6:
“Se puderem evitar exageros
sentimentais, eu agradeço.[...]
Só quero fatos, datas, tempo.”

7. Destaque no filme duas personagens que podem ser identificadas com a postura do cientista adepto do método fenomenológico (interpretação dos fatos por meio de uma experiência pessoal, valoriza a subjetividade científica) e do método positivista (ouve as pessoas sem se envolver e preza a objetividade científica).
RESPOSTA: Com a postura fenomenológica pode-se citar Erin Brockovitch e com a postura positivista pode-se citar a advogada Theresa.

8. Você acredita que uma pessoa como Erin, sem formação específica seria capaz de estabelecer as relações que ela fez no filme? Fale sobre a diferença entre uma cultura científica e a educação científica e estabeleça uma relação como o texto de Snow.
RESPOSTA: Sim, pois para isso não é necessária uma formação específica, ou uma educação científica tão aprofundada; ao contrário, é necessária uma mínima educação científica através da qual possa-se adquirir uma cultura científica. O fato da personagem não possuir uma formação específica é superado no filme através de suas pesquisas e contatos com pesquisadores especializados/formados. E, além disso, conforme Snow, é também necessária uma cultura humanística para uma formação do “cidadão completo”, que Erin demonstra ter adquirido durante sua vida.

9. Em que situação o filme mostra que apenas a cultura científica não dá conta de resolver um problema científico e que neste caso é preciso recorrer ao especialista (cientista).
RESPOSTA: No momento em que Erin se depara com o caso, ela necessita ter claramente quais são os tipos de cromos existentes, pois alguns são benignos e outros são malignos. Só que para isso, teve que recorrer a um especialista que lhe explicasse que certos tipos de cromo não fazem mal à saúde enquanto outros sim, como o cromo hexavalente presente na água dos cidadãos de Hinkley. E também quando ela precisa da análise de amostras da água local para verificar sua contaminação. Enfim, sempre que é preciso o conhecimento de técnicas e métodos muito específicos de um determinado ramo da ciência.

10. Ao final do filme, que relações podem ser estabelecidas entre a questão da educação científica, no sentido expresso por Snow e o exercício da cidadania?
RESPOSTA: A educação científica mostrou-se totalmente necessária no filme para que fosse possível o exercício da cidadania, ou seja, era preciso que Erin fosse provida de um certo nível de educação científica para que ela pudesse ajudar no exercício da cidadania, fazendo com que a empresa PG&E fosse punida pelos danos causados à sociedade local. Foi necessário muito otimismo por parte de Erin, uma das características marcantes no pensamento científico, segundo Snow.