22 setembro 2006

Tecnologia e Sociedade

Tecnologia e Sociedade,
Por HENRIQUE RATTNER
Professor da FEA (USP)

"A palavra progresso não tem nenhum
sentido enquanto ainda existirem
crianças infelizes".
Albert Einstein
O progresso técnico seria a resposta aos males de nossa sociedade? O presente texto procura contribuir para o debate sobre os prováveis impactos de inovações tecnológicas nos diferentes setores do complexo sistema social, econômico e político que caracterizam as sociedades contemporâneas.
Temos, por um lado, os defensores do aumento sem restrições da P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), ou seja, das verbas orçamentárias e particulares atribuídas aos esforços de inovação tecnológica, sob forma de mais pesquisas, patentes, publicações científicas e suas aplicações no processo produtivo. Freqüentemente, pesquisadores e tecnólogos prometem mais do que podem efetivamente entregar, para obterem mais financiamentos para suas atividades. Assim, solapam sua credibilidade junto à sociedade quando esta percebe os exageros nas promessas e a omissão dos riscos e problemas inerentes no desenvolvimento de certas tecnologias de ponta, tais como a engenharia genética, a energia nuclear e, mais recentemente, a nanotecnologia.
Por isso, face às propostas, planos e projetos de política científica e tecnológica, devemos sempre indagar: Para quê? Para quem? A que custo?
Os positivistas afirmam que ciência e tecnologia servem a toda a humanidade – vide os trabalhos de Pasteur, Koch, Sabin e tantos outros que salvaram milhões de vidas humanas. Afinal, o progresso técnico ajudaria a impelir o desenvolvimento da sociedade humana, vencendo a superstição e ignorância, ao imprimir maior racionalidade às ações humanas. Existe um lobby poderoso que pressiona para obter mais verbas para a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico. Sobretudo nos países emergentes, cujas elites pregam a necessidade de se alcançar os níveis de excelência dos países mais ricos.
Afirma-se que a inovação e, particularmente, seus produtos tecnológicos estimulam a competitividade e, dessa forma, contribuem para o crescimento econômico do país. Conseqüentemente, a competitividade é erigida em valor supremo da vida social, como se fosse uma lei da natureza imanente à espécie humana.
Omite-se, propositadamente, que o mais longo período da história da vida humana foi orientado pela cooperação e a solidariedade, valores fundamentais para a sobrevivência da espécie. Considerar a competição como norma geral do comportamento social leva ao Darwinismo Social como filosofia dominante e relega a preocupação com os próximos ao segundo plano.
Não existiriam outras opções de estilo de vida que valeria a pena transmitir aos jovens e às crianças? O que acontece com os menos competitivos, os derrotados, os que ficaram para trás?
A ideologia da competição e produtividade faz parte de uma visão de mundo dominada pela corrida atrás da acumulação de capitais e do enriquecimento ilimitado, nem sempre por meios civilizados e legítimos.
A realidade ensina que existem limites para o aumento da produtividade quando ela está baseada no aumento de um só fator, cujo crescimento exponencial leva o sistema a sofrer os efeitos da “lei de rendimentos decrescentes”. Ademais, os arautos da luta competitiva nos mercados não se preocupam com o destino dado aos resultados de um aumento da produtividade e de lucratividade dos negócios.
Para a sociedade, coletivamente, só haverá vantagens na busca de maior produtividade quando seus resultados forem distribuídos para elevar o nível de bem-estar coletivo. Isso pode ser atingido mediante a elevação proporcional dos salários, a redução dos preços de bens e serviços ou o aumento de investimentos dos lucros gerados, na expansão do sistema produtivo.Contrariando tal lógica produtivista, os excedentes do processo produtivo na América Latina vêm sendo, historicamente, desviados para o consumo de luxo das elites, para o entesouramento sob forma de aquisição de terras e de moeda estrangeira ou, modernamente, do envio para paraísos fiscais e aplicações especulativas no mercado financeiro internacional.
Países potencialmente ricos em recursos naturais (Argentina, Brasil, Venezuela), com uma força de trabalho relativamente qualificada e com acesso a tecnologias modernas vêm, há décadas, padecendo com a miséria da maioria de suas populações, enquanto suas elites – que vivem entre o fausto e o desperdício – recorrem aos serviços de advogados, do aparelho judiciário e de uma legislação falha ou omissa para evadirem impostos e tributos. Ao mesmo tempo, essas elites proclamam a ciência e a tecnologia como a mola do desenvolvimento, exigindo mais verbas para P&D. Elas parecem ignorar que a maior parte desses recursos acaba canalizada para projetos militares de utilidade questionável, tais como, o desenvolvimento de armas de destruição em massa, exploração do espaço e o aperfeiçoamento de inúmeros artefatos para fins bélicos.
Deixemos bem claro: não se discute aqui a necessidade de P&D nas sociedades contemporâneas, mas a condição de que esta seja ambientalmente segura, socialmente benéfica (para todos) e eticamente aceitável.
A quem caberia então a responsabilidade de autorizar, orientar e estabelecer prioridades do desenvolvimento tecnológico, inclusive na alocação das verbas sempre escassas? O discurso oficial privilegia o papel do “mercado” – as grandes empresas industriais e de serviços, das agências e repartições burocráticas do governo, das universidades e de grupos corporativistas de cientistas e tecnólogos. A sociedade civil organizada – através de suas ONGs, associações e sindicatos – não é considerada interlocutora qualificada para participar das decisões sobre política de C+T ou na definição de prioridades para a alocação de verbas orçamentárias. Ora, são exatamente esses atores sociais que representam a maioria da sociedade que mais sofrerá os impactos econômicos, sociais e ambientais de decisões tomadas nas esferas executiva e legislativa dos regimes de democracia representativa, sob as pressões de tecnocratas e de homens de negócios, supostamente mais informadas e qualificadas para decidir sobre assuntos de tamanha relevância.
A este respeito, vale recordar um episódio emblemático, ocorrido há mais de um quarto de século. No final da década dos setenta, foi realizada uma Conferência das Nações Unidas sobre Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento na cidade de Viena, Áustria, coordenada por um diplomata brasileiro.Os discursos e debates da conferência não ultrapassaram o trivial, mas, no mesmo período, houve um acontecimento inusitado que marcou época.
No auge da crise de petróleo, o governo austríaco tinha, com a anuência do parlamento, construído um reator nuclear a cerca de 27 quilômetros de distância da capital, maior aglomeração urbana do país. Sua inauguração estava marcada para a ocasião da conferência, mas meses antes, a população começou a manifestar sua oposição à energia nuclear, apontando para os riscos da radioatividade. Em vão, o governo e seus representantes no parlamento e no “establishment” científico apontaram para a “irracionalidade” da oposição que conclamava por uma consulta popular em ampla escala sobre a conveniência da operação do reator. O referendo realizado decidiu, com ampla maioria, contra a utilização de energia nuclear e assumiu o prejuízo, ou desperdício, dos mais de um bilhão de US$ empregados na construção. O reator nunca foi ativado e, até hoje, permanece lá como um monumento às decisões não democráticas e irresponsáveis das autoridades. Apesar da perda do investimento, a sociedade austríaca encontrou outras fontes energéticas e se mantém na vanguarda dos países desenvolvidos, com altíssimo IDH - Índice de Desenvolvimento Humano.
Resumindo, ciência e tecnologia não são ética ou politicamente neutras, cientistas e tecnólogos não podem despir-se de suas posições sociais e de seus valores. Em cada estágio da evolução social, as tecnologias utilizadas refletem as contradições e os conflitos entre o poder econômico e sua tendência à concentração de riquezas, poder e acesso à informação e as aspirações de participação democrática, autonomia cultural e autogestão.Por isso, a sociedade civil tem o dever e o direito de exercer o controle sobre as inovações tecnológicas que não podem ficar a critério único de cientistas, tecnocratas, políticos e empresários. Impõe-se uma avaliação prospectiva baseada no princípio da precaução e que contemple, além dos aspectos técnicos e financeiros, a necessidade inadiável de superar a situação de desigualdade e o processo de deterioração do meio ambiente.

Weber, Max. A ciência como vocação

Grupo:
Alini Cristiani De Carli
Eliana Mantovani
Fernanda Pereira Santiago
Gracielli Batista Pépe
João Gabriel Buonavita
Luciana Garcia Lavezzo
Marcelo Faria


Leitura: Weber, Max. A ciência como vocação.
Respostas das questões :

1) Weber foi um itelectual alemão e juntamente com Karl Marx, Vilfredo Pareto e Emile Durkheim, um dos modernos fundadores da Sociologia. É conhecido sobretudo pelo seu trabalho sobre a Sociologia da religião.
De importância extrema, Weber escreveu a Ética protestante e o espírito do Capitalismo. Este é um ensaio fundamental sobre as religiões e a afluência dos seus seguidores. Subjacente a Weber está a realidade econômica da Alemanha do princípio do século XX.
A obra de Weber, complexa e profunda, constitui um momento da compreensão dos fenômenos históricos e sociais e, ao mesmo tempo, da reflexão sobre o método das ciências histórico-sociais. Historiador, sociólogo, economista e político, Weber trata dos problemas metodológicos com a consciência das dificuldades que emergem do trabalho efetivo do historiador e do sociólogo, sobretudo com a competência do historiador, do sociólogo, e do economista.

2) Diferenças da situação da ciência segundo Weber entre América e Europa: Na América a ciência era praticada com respaldo econômico enquanto que na Alemanha, espera-se dos cientistas empenho motivado por um empulso vocacional. Semelhanças da situação da ciência segundo Weber entre América e Europa:
· Especialização rigorosa.
· Apesar do grande empenho dentro do mundo acadêmico, muitos pesquisadores bem sucedidos possuem vocação e sucesso no âmbito da pesquisa, mas não atingem a mesma plenitude no campo do ensino.
Situação atual no Brasil na ciência: O pesquisador/estudante/cientista esta vinculado a imagem de não profissional/trabalhador.
A cultura do cientista especialista é dominante e vem se impondo nos grandes e pequenos centros de pesquisa.

3) Fazendo uma relação da citação de Platão com questão da “Ciência e sociedade”, podemos dizer que o homem que se libertou dos grilhões e viu o sol é o pesquisador que chega a conclusão de uma grande pesquisa, e a tarefa dele é levar isso à sociedade, no entanto isso nem sempre acontece. Isso nos remete ao texto de Snow onde diz que mais importante que novas descobertas é transmiti-las à sociedade.

4) Weber classifica a ciência como uma arte considerando artistas usando de suas habilidades. Como exemplo grandes nomes como Leonardo Da Vinci; desenvolveram ciência.

5) Todo cientista possui um pensamento comum que o encaminha na sua trajetória, no entanto nem todo conhecimento que ele possui advêm de suas pesquisas, já que todo ser humano possui aquele conhecimento chamado de senso comum ou experiência de sua vida particular.


6) Ciência como vocação: Weber considera o auto-esclarecimento o maior produto para o cientista, ou seja, vocação do cientista. Vontade de esclarecimento de suas duvidas que muitas vezes são a resposta para alguma indagação da ciência.

7) As perspectivas acadêmicas aos jovens: Se alemão (e possuidor de bens), tornar-se assistente (privatdozent), lecionar em menor número do que deseja, como residente, cursos "secundários" (os que não foram escolhidos pelos professores catedráticos), sem remuneração e contar com a sorte (ou o acaso) de ser lembrado e habilitado (elevando-se de posição) e, como professor acadêmico, ministrar "grandes" cursos, tendo, no início de sua carreira, a liberdade de dedicar-se a trabalhos científicos. Uma vez contratado, não podendo ser dispensado.
Nos Estados Unidos, começando como assistente e recebendo um salário fixo equivalente ao de um trabalhador semi-especializado, o jovem acaba lecionando cursos com maior número de horas e numa carga horária maior - assim como é remunerado, é igualmente sobrecarregado - podendo ser dispensado caso seu trabalho não corresponda às expectativas; e, como defesa, esses jovens professores atraem grande número de alunos, numa tentativa de confundir quantidade e qualidade. Defesa que começa a aparecer em universidades alemãs.

Filme: Erin Brockovich, uma mulher de talento

Grupo:
Alini Cristiani De Carli
Eliana Mantovani
Fernanda Pereira Santiago
Gracielli Batista Pépe
João Gabriel Buonavita
Luciana Garcia Lavezzo
Marcelo Faria
Filme: Erin Brockovich, uma mulher de talento
Respostas das questões

1) Erin sofre o preconceito da sociedade em sua época, sociedade esta em que a mulher sem estudos, mãe solteira não tem oportunidades tendo dificuldades em conseguir emprego. No entanto, Erin mostrou ser uma mulher persistente, que luto pelos seus direitos, expõem suas idéias, até que depois de muito esforço pessoal acabou sendo reconhecida. Erin representa esse perfil contra o patriarcalismo.

2) A ciência pode ser vista de duas formas uma que beneficia o desenvolvimento humano e a outra de forma prejudicial a sociedade, como exemplo, no filme a empresa que utilizou da ciência para benefícios próprios mesmo sabendo que estavam prejudicando os moradores a sua volta.
È fundamental na formação do cidadão a concepção de ciência e o conhecimento de seus resultados. Dessa forma, gerando cidadões mais instruídos, ou seja, informados de forma a compreender o mundo a sua volta.

3) Erin agiu com seus instintos, ou seja, mesmo sem formação de cientista, seus atos se equiparam o método científico, na busca de prova, confirmação de resultados de laboratório, observação, experimentação e hipóteses e comprovação de suas observações.

4) Erin utilizou-se do senso comum e percebeu o que estava acontecendo a sua volta, contudo utilizou-se de uma seqüência de atos que se aproxima muito do método cientifico. A partir do senso comum, ou seja, da percepção de um problema uma necessidade é que surge estudos da ciência, pra comprovar o que já foi percebido pelo senso comum.

5) Erin comprovou que na água tinha Cromo 6 e que as pessoas que ingeriam a água ficavam com uma alta taxa de Cromo 6 em seu organismos e estes podiam causar doenças entre ela vários tipos de câncer.

6) A Advogada Theresa representou muito bem o conceito de neutralidade. Quando foi entrevistar a comunidade afetada pelo cromo 6 ela pedia para as pessoas evitarem exageros sentimentais.

7) No primeiro caso é Erin (cientista apta a interpretação dos fatos através da experiência pessoal. No segundo caso trata-se da Tereza advogada.

8) Acreditamos que sim, pois uma pessoa mesmo sem formação cientifica busca soluções para os problemas a sua volta utilizando-se da cultura cientifica que tem, podendo necessitar futuramente da ajuda de um especialista. A diferença entre cultura cientifica e educação cientifica é que a cultura cientifica utiliza-se apenas de conhecimento individual da percepção dos problemas a sua volta, já a educação cientifica utiliza-se de estudos acadêmicos para desenvolver ciência. Segundo Snow, mas importante que as novas descobertas cientificas é a disseminação do conhecimento cientifico para um aprimoramento da cultura cientifica do cidadão.

9) No momento em que Erin precisou dos resultados de laboratório para comprovar o que já havia observado.

10) No final do filme percebemos a necessidade da educação cientifica para o cidadão, evitando que estes possam ser enganados por pessoas que são mais instruídas.

21 setembro 2006

O cientista e o seu papel na sociedade - Bloco 1

Andreia B. Pereira RA: 247243
Gilson C. de Araújo RA: 246794
Kátia E. Chemalle RA: 247090
Maycke Y. de Lima RA: 247065
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Nosso grupo analisou as entrevistas de Isaias Raw, médico, que atuou prioritariamente na área de pesquisa cientifica, e Oswaldo Frota-Pessoa, biólogo e médico que trabalha com aconselhamento genético. Ambos são aposentados, contribuíram significativamente para suas áreas e ainda atuam nelas.
Raw trouxe inovação curricular para as ciências da saúde e ajudou o Butantan a transformar-se no maior centro produtor de vacinas do país, proporcionando uma melhoria no ensino de medicina através da iniciativa do curso experimental de Medicina da FMUSP (ao menos enquanto esteve vinculado ao curso) e a criação e disponibilização de vacinas para a sociedade brasileira.
Frota-Pessoa é responsável pela autoria de livros didáticos de ciência e realizou várias pesquisas sobre aconselhamento genético, proporcionando o enriquecimento de estudantes secundários e do ensino-médio e ampliação do conhecimento sobre doenças geneticamente transmissíveis.
Quanto a formação desses pesquisadores, Raw possui uma vocação de pesquisador-empreendedor, foi influenciado por Anísio Teixeira e inicialmente por livros de química farmacêutica de um tio médico. Ele profissionalizou-se em pesquisa e ao longo de sua carreira, enfrentou dificuldades com o exército brasileiro e com professores concorrentes. Mesmo assim destacou-se como incentivador ativo da educação cientifica e inovador no Instituto Butantan. Frota-Pessoa possui uma vocação didática, foi influenciado por seu professor de ciências no ginásio e no começo do colegial, por professores da universidade e, assim como Raw, por Anísio Teixeira. Ele profissionalizou-se como professor de magistério, pesquisador na área de aconselhamento genético e como divulgador cientifico; dentre as dificuldades encontradas em sua carreira destacam-se a inicial falta de opção para o curso universitário escolhido e sua constante indecisão inicial diante de várias propostas recebidas. Mesmo assim, ele conseguiu se destacar na autoria de livros didáticos para o Ministério da Educação do Brasil e nas pesquisas sobre doenças visando o aconselhamento genético.
A questão do gênero na ciência não é abordada em nenhuma das entrevistas, mas é perceptível a ausência total de referências a pesquisadoras na trajetória dos dois entrevistados.
A questão da divulgação científica para a sociedade é abordada tanto por Raw (2005, p. 14) ao mencionar a elaboração de kits de ciência: “[...] em vez de intervir na formação de uma elite, deveria intervir na escola secundária e partir para a massificação usando kits e minikits de química, eletricidade e biologia”; quanto por Frota-Pessoa (2005, p. 13) ao mencionar a quantidade de artigos de divulgação cientifica que ele publicou: “Deixei preparados aqui para vocês as pastas como todos os meus artigos de divulgação cientifica, mais de 700”. Entre outras menções ao longo das entrevistas.
Por fim, a questão da ética na ciência é abordada nos fragmentos:
“Apesar de andar na contramão, esse parece ser o caminho certo...
-È o que acho. Dentro do modelo econômico atual nós estamos na contramão. Qual o pais que dá remédio para AIDS gratuitamente? O Brasil criou uma estrutura que permite fabricar o produto que precisa para a saúde publica a um preço que pode pagar [...] O Brasil é o único pais da América Latina que produz vacina publicamente” (RAW, 2005, p. 17)
“Daí o senhor concluí....
- Não posso falar dogmaticamente, porque depende do tamanho da amostra, mas havia uma sugestão de que realmente nas famílias em que se registravam mais os casos de alcoolismo era mais freqüente também o transtorno bipolar. Isso precisaria de mais pesquisa”(FROTA-PESSOA, 2005, p. 17).

19 setembro 2006

Respostas do questionário sobre o filme Erin Brockovich

Larissa Spanó
Renato Campos
Tainã Matos

Questões

1- Erin por ser mãe solteira, com três filhos, desempregada mostra traços claros do feminismo em que a própria situação do filme a colocou e de como a globalização e a falta de oportunidades a deixa em uma situação.
2- A ciência é antes de tudo um mundo de idéias em movimento, o processo para produção do conhecimento, por isso a educação científica é considerada requisito fundamental para a democracia. As famílias que Erin ajudou por não terem tido uma educação científica, acreditaram na palavra do médico (autoridade) de que sua saúde estava perfeita mesmo com os vários sintomas de enfermidade, as famílias respeitaram a opinião do especialista sem ao menos questioná-la.

3- Sim, Erin agiu com método científico porque apesar de não tem consciência sobre observação, experimentação e hipóteses, ela realizou tudo isso ao investigar os fatos, conversar com cientistas da área (médico), colher amostras e depois de tudo isso ela conseguir a comprovação dos fatos, validando sua hipótese.

4- O comportamento de Erin diante do caso da P&G se mostra como o de uma cientista, mas suas atitudes refletem as de uma cidadã ao se relacionar com todas as pessoas que estão envolvidas no caso, Erin se envolve emocionalmente e psicologicamente. A ciência desenvolveu em todas as áreas, uma linguagem própria, cuja compreensão passou a exigir níveis de formação escolares cada vez mais elevados. E segundo BoaVentura de Souza Santos o senso comum é “o menor dominador comum daquilo em que um grupo ou povo coletivamente acredita, tendo por isso, uma vocação solidarista e transclassica”.

5- Erin tratou os fatos como eles são ao receber as análises dos resultados dos exames do cromo 06, ela se mostrou completamente objetiva nas suas ações, já que a maior preocupação do cientista deve ser chegar a verdades que possam ser afirmadas com certeza. “A objetividade é condição básica da ciência”. Porém tratou os fatos com sentimentalismo ao perceber quanto grave era à situação de todas as aquelas pessoas, a subjetividade da situação fez com que ela agisse com o coração.

6- Sim, a advogada Theresa. Ela representa este tipo de cientista ao solicitar a neutralidade de certa forma, extremista por parte da população afetada pela PG&E na descrição dos fatos sobre os prejuízos originários do contato com o Cromo-6.

7- Com a postura fenomenológica pode-se citar Erin Brockovich e com a postura positivista pode-se citar a advogada Theresa.

8- Sim, pois para isso não é necessário uma educação científica. Fica claro então que a igualdade no acesso a ciência não é somente uma exigência social e ética: é uma necessidade para a realização plena do potencial intelectual do homem. Snow diz também que a razão para a existência de duas culturas são muitas, profundas e complexas, umas arraizadas em histórias sociais, umas em histórias pessoais e umas na dinâmica interna dos diferentes tipos de atividade mental.

9- Quando Erin vai até uma Universidade para conversar com um especialista (médico) sobre os efeitos do cromo-6 e quando ela precisa de análise de amostras da água local para verificar a sua contaminação.

10- Na educação científica e o exercício da cidadania são duas ações que devem andar juntas e isso fica bem claro no final do filme, com a vitória litigiosa sobre os advogados e a união de todas as famílias. E como diz Snow só existe um meio de sair de tudo isso: é repensar a nossa educação.