Resenha:
Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. Pierre Bourdieu.
Por Luciana Lavezzo
Bourdieu apóia a iniciativa do INRA (Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica), durante um congresso do qual participou, que chama de reflexão coletiva sobre si próprio no momento que a comunidade cientifica fazendo uso de conferências inicia uma rodada de reflexões sobre si mesma e seu papel na sociedade. Este é o inicio do que Bourdieu espera ser um processo de auto-análise coletiva.
Bourdieu preocupa-se em propor instrumentos e conhecimentos inovadores, úteis e questionáveis para que a comunidade científica possa produzir uma verdade sobre si própria, utilizando para isso novas formas de reflexão.
A interpretação do conteúdo dentro de variados campos das ciências segue duas linhas distintas de pensamento: de um lado estão os que acreditam que para compreender, por exemplo a literatura ou a filosofia, basta ler os textos; de outro lado estão aqueles que defendem a necessidade de relacionar o texto ao contexto.
Partindo do princípio que toda a ciência nasce de alguma pretensão política, religiosa ou econômica, a meu ver um conhecimento do contexto do texto torna-se imprescindível para uma melhor compreensão do conteúdo.
A noção de campo elaborada por Bourdieu serve para tentar explicar a ciência como resultado das intervenções do mundo social, mostrando o comportamento de cada campo como sendo segundo ele, um microcosmo. Para ele, a compreensão de uma produção cultural não depende apenas da leitura do texto nem da ligação direta a algum movimento social da época, mas sim de um contexto muito mais complexo contido nos campos: literário, artísticos, jurídicos ou científicos.
A estrutura de cada campo é determinada pela distribuição do capital cientifico de seus indivíduos ou até mesmo das instituições relacionadas.
O nível de influência e “poder” de cada individuo dentro de dado campo é determinado por fatores que medem seu capital intelectual, tais como: suas publicações (quantidade e nível de alcance), índice de citação, projetos em andamento, resultados de pesquisas reconhecidos entre os seus pares.
Da mesma forma, os objetos de pesquisa considerados importantes são definidos por esta classe dominante, sendo que por conseqüência disto, os demais integrantes do mesmo campo sentem os reflexos do direcionamento dos assuntos da ciência decidido de forma hierárquica.
Por Luciana Lavezzo
Bourdieu apóia a iniciativa do INRA (Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica), durante um congresso do qual participou, que chama de reflexão coletiva sobre si próprio no momento que a comunidade cientifica fazendo uso de conferências inicia uma rodada de reflexões sobre si mesma e seu papel na sociedade. Este é o inicio do que Bourdieu espera ser um processo de auto-análise coletiva.
Bourdieu preocupa-se em propor instrumentos e conhecimentos inovadores, úteis e questionáveis para que a comunidade científica possa produzir uma verdade sobre si própria, utilizando para isso novas formas de reflexão.
A interpretação do conteúdo dentro de variados campos das ciências segue duas linhas distintas de pensamento: de um lado estão os que acreditam que para compreender, por exemplo a literatura ou a filosofia, basta ler os textos; de outro lado estão aqueles que defendem a necessidade de relacionar o texto ao contexto.
Partindo do princípio que toda a ciência nasce de alguma pretensão política, religiosa ou econômica, a meu ver um conhecimento do contexto do texto torna-se imprescindível para uma melhor compreensão do conteúdo.
A noção de campo elaborada por Bourdieu serve para tentar explicar a ciência como resultado das intervenções do mundo social, mostrando o comportamento de cada campo como sendo segundo ele, um microcosmo. Para ele, a compreensão de uma produção cultural não depende apenas da leitura do texto nem da ligação direta a algum movimento social da época, mas sim de um contexto muito mais complexo contido nos campos: literário, artísticos, jurídicos ou científicos.
A estrutura de cada campo é determinada pela distribuição do capital cientifico de seus indivíduos ou até mesmo das instituições relacionadas.
O nível de influência e “poder” de cada individuo dentro de dado campo é determinado por fatores que medem seu capital intelectual, tais como: suas publicações (quantidade e nível de alcance), índice de citação, projetos em andamento, resultados de pesquisas reconhecidos entre os seus pares.
Da mesma forma, os objetos de pesquisa considerados importantes são definidos por esta classe dominante, sendo que por conseqüência disto, os demais integrantes do mesmo campo sentem os reflexos do direcionamento dos assuntos da ciência decidido de forma hierárquica.
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