Cinema e Ciência
A partir do exemplo do filme O óleo de Lorenzo, Adlane Vilas-Boas Ferreira, da Universidade Federal de Minas Gerais, fala sobre como filmes podem ajudar em discussões científicas e na sala de aula.
16/10/2006
Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro
Agência FAPESP - O cinema tem sido um importante – ainda que não tão freqüente como muitos gostariam – aliado na divulgação da ciência. Um exemplo, segundo Adlane Vilas-Boas Ferreira, professora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é O óleo de Lorenzo (1992).
A pesquisadora apresentou o trabalho O cinema e o sentido da ciência: o óleo de Lorenzo no ensino de genética e da pesquisa científica no Simpósio Ciência e Arte 2006, realizado na semana passada no Rio de Janeiro.
Dirigido pelo australiano George Miller – que também é médico, formado pela Universidade de New South Wales –, o filme conta a história real do norte-americano Lorenzo Odone que, aos 5 anos, começou a mostrar sintomas de uma doença genética degenerativa conhecida como ALD (adrenoleucodistrofia). A trama mostra a busca dos pais do menino por um tratamento eficiente e uma solução para a doença.
“A tentativa de passar conhecimento científico adequado fez com que o diretor criasse um filme que atrai professores. Nele, são levantadas questões de genética, bioquímica e de método científico que podem ser exploradas em sala de aula”, disse Adlane.
A pesquisadora da UFMG levantou também, em seu trabalho, uma série de conceitos questionáveis sobre o filme, como a definição de erros metabólicos e como eles são classificados quanto ao bloqueio na via metabólica, por exemplo. “Também podemos discutir o tratamento e a cura das doenças metabólicas e questionar se, hoje, depois de muitas pesquisas feitas desde então, é correto afirmar que a doença de Lorenzo se deve a uma enzima defeituosa”, disse.
No filme, os pais do menino verificam a eficácia da substância conhecida como óleo de Lorenzo – que contém ácidos oléico e erúcico – no tratamento da doença. “Muito se aprendeu sobre erro metabólico envolvido na ALD, inclusive com a clonagem do gene. O que os Odone descobriram não era exatamente o que se pensava, mas abriu caminho para se conhecer melhor o mecanismo de ação das enzimas envolvidas”, disse Adlane.
Quanto à cura da doença mostrada no filme, a pesquisadora é reticente. “Muita controvérsia se instalou sobre o óleo e a eficácia da terapia. Anos depois, um estudo mostrou que o óleo era eficaz para a maioria dos meninos com ALD, mas não para todos”, disse. Hoje, Lorenzo tem 28 anos e mora em Washington, nos Estados Unidos.
Fonte: Agência FAPESP, 16/10/2006.
16/10/2006
Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro
Agência FAPESP - O cinema tem sido um importante – ainda que não tão freqüente como muitos gostariam – aliado na divulgação da ciência. Um exemplo, segundo Adlane Vilas-Boas Ferreira, professora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é O óleo de Lorenzo (1992).
A pesquisadora apresentou o trabalho O cinema e o sentido da ciência: o óleo de Lorenzo no ensino de genética e da pesquisa científica no Simpósio Ciência e Arte 2006, realizado na semana passada no Rio de Janeiro.
Dirigido pelo australiano George Miller – que também é médico, formado pela Universidade de New South Wales –, o filme conta a história real do norte-americano Lorenzo Odone que, aos 5 anos, começou a mostrar sintomas de uma doença genética degenerativa conhecida como ALD (adrenoleucodistrofia). A trama mostra a busca dos pais do menino por um tratamento eficiente e uma solução para a doença.
“A tentativa de passar conhecimento científico adequado fez com que o diretor criasse um filme que atrai professores. Nele, são levantadas questões de genética, bioquímica e de método científico que podem ser exploradas em sala de aula”, disse Adlane.
A pesquisadora da UFMG levantou também, em seu trabalho, uma série de conceitos questionáveis sobre o filme, como a definição de erros metabólicos e como eles são classificados quanto ao bloqueio na via metabólica, por exemplo. “Também podemos discutir o tratamento e a cura das doenças metabólicas e questionar se, hoje, depois de muitas pesquisas feitas desde então, é correto afirmar que a doença de Lorenzo se deve a uma enzima defeituosa”, disse.
No filme, os pais do menino verificam a eficácia da substância conhecida como óleo de Lorenzo – que contém ácidos oléico e erúcico – no tratamento da doença. “Muito se aprendeu sobre erro metabólico envolvido na ALD, inclusive com a clonagem do gene. O que os Odone descobriram não era exatamente o que se pensava, mas abriu caminho para se conhecer melhor o mecanismo de ação das enzimas envolvidas”, disse Adlane.
Quanto à cura da doença mostrada no filme, a pesquisadora é reticente. “Muita controvérsia se instalou sobre o óleo e a eficácia da terapia. Anos depois, um estudo mostrou que o óleo era eficaz para a maioria dos meninos com ALD, mas não para todos”, disse. Hoje, Lorenzo tem 28 anos e mora em Washington, nos Estados Unidos.
Fonte: Agência FAPESP, 16/10/2006.
1 Comentários:
O Filme "O óleo de Lorenzo" assim como "Erin Brockovich: uma mulher de talento" é um ótimo pedido para que está interessado em questões relacionadas à ciência.Eles trazem à tona a questão do método ciêntífico e do questionamento. Esses filmes nos faz pensar e refletir sobre esses temas, o que foi muito interessante na disciplina.
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial