Aquecimento global dá força à tecnologia
Os argumentos favoráveis à retomada dos investimentos em energia nuclear no Brasil ganharam reforço com a divulgação, na semana passada, de novos alertas sobre o aquecimento global
Segundo cálculos do setor, uma usina nuclear emite 100 vezes menos gases do efeito estufa do que usinas a gás natural, por exemplo.
A tecnologia ganhou um aliado de peso após os alertas: o cientista britânico James Lovelock, que ajudou a descobrir que o gás CFC danifica a camada de ozônio.
Lovelock disse que, frente à dificuldade para desenvolver tecnologias mais limpas, a energia nuclear deve ser priorizada em relação a usinas a carvão ou derivados de petróleo.
De acordo com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), uma usina nuclear emite 4 gramas de gás carbônico por quilowatt-hora (kWh) produzido.
Segundo essa conta, um kWh gerado em usinas a gás emite 448 gramas; a óleo, 818 gramas; e a carvão, 955 gramas.
“No curto prazo, o Brasil pode contribuir com a redução do efeito estufa se investir em energia nuclear”, aponta o professor Nivalde de Castro, do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da UFRJ.
Todos concordam que o país deve continuar apostando na energia hidrelétrica, renovável e menos poluente que todas as citadas. Mas a dificuldade em licenciar novos projetos hídricos vem levando o governo a contratar cada vez mais usinas a óleo e a carvão.
“Não queremos competir com as hidrelétricas, mas ser uma alternativa térmica para períodos de menos chuva”, diz o presidente da Cnen, Odair Gonçalves.
Atualmente, a base térmica é responsável por 5% da geração de energia no País. As usinas nucleares de Angra, por 2%. Segundo a Cnen, a energia nuclear poderia atingir 5% a 6% em 2030.
(O Estado de SP, 11/2)
Fonte: JC e-mail 3203, de 12 de fevereiro de 2007.
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